Anglo American rejeita extensão de prazo para negociação de compra pela BHP

A BHP teria até esse dia 29, para apresentar uma nova oferta ou desistir oficialmente da transação.

NNews / broadcast+/ O FATOR

O leitor acompanhou aqui no NNews a ampla cobertura que demos a esse assunto, uma vez que ele interessa à nossa região, principalmente à Niquelândia e Barro alto. A última proposta feita pela BHP a Anglo, pediu uma semana para avaliar e dar a resposta, e ela veio.

A Anglo American rejeitou nesta quarta-feira (29) um pedido da gigante de mineração anglo-australiana BHP de prorrogar o prazo de negociação para a possível compra da Anglo. A BHP, maior mineradora do mundo em valor de mercado, anunciou nesta quarta uma série de medidas destinadas a aliviar preocupações da Anglo sobre a estrutura do acordo proposto.

Em resposta, a Anglo disse que a oferta da BHP “não aborda suficientemente o fato de que os acionistas da Anglo arcariam riscos de execução e valor desproporcionais e incertezas durante um período prolongado”.

A oferta da BHP propõe a cisão das unidades sul-africanas da Anglo – Anglo American Platinum e Kumba Iron Ore -, uma condição que a Anglo alega envolver riscos de execução significativos.

No último dia 22, a Anglo rejeitou uma terceira oferta de compra não solicitada da BHP, no valor de 39,24 bilhões de libras (US$ 49,87 bilhões). Na mesma ocasião, o Conselho de Administração da Anglo estipulou que a BHP teria até oten 29 05, para apresentar uma nova oferta ou desistir oficialmente da transação.

Por volta das 7h05 (de Brasília), a ação da Anglo caía 1% na Bolsa de Londres, enquanto a da BHP avançava 1,7%. *Com informações da Dow Jones Newswires.

BHP desistiu:

Mineradora australiana anuncia que não fará oferta firme para aquisição da rival britânica

Em um comunicado divulgado nesta quarta-feira (29), a mineradora anglo-australiana BHP Billiton anunciou que não apresentará uma nova proposta para aquisição da britânica Anglo American. A decisão encerra meses de especulações e negociações entre as duas gigantes do setor de mineração.

De acordo com o comunicado oficial da BHP, a empresa trabalhou extensivamente nas últimas semanas para endereçar as preocupações levantadas pela Anglo American em relação à proposta inicial de combinação das operações. No entanto, “apesar de propor uma série de medidas socioeconômicas para mitigar os riscos percebidos”, a BHP não conseguiu chegar a um acordo satisfatório com a Anglo American.

Há duas semanas, a Anglo American havia rejeitado a proposta da BHP por £34 bilhões (cerca de R$ 220 bilhões).

Proposta de medidas socioeconômicas

Entre as iniciativas propostas pela BHP, destacavam-se:

  • Compartilhamento dos custos para aumentar a participação acionária de empregados sul-africanos nas empresas listadas localmente
  • Estabelecimento de um Centro de Excelência em Mineração para apoiar pesquisa, desenvolvimento e treinamento na África do Sul
  • Manutenção dos níveis atuais de emprego no escritório de Joanesburgo
  • Continuidade do financiamento para compromissos de caridade na África do Sul
  • Apoio à contratação local e engajamento com setores e regiões da indústria de mineração sul-africana
  • Manutenção da listagem da BHP na Bolsa de Valores de Joanesburgo

Apesar das negociações, a BHP concluiu que um acordo mutuamente satisfatório não seria alcançado dentro do prazo estipulado pela Anglo American, que expirava nesta quarta-feira. Consequentemente, a mineradora australiana anunciou que não apresentará uma oferta firme para a aquisição da rival britânica.

A decisão encerra um longo processo de negociações entre as duas gigantes do setor de mineração. Desde então, várias propostas revisadas foram apresentadas, mas as partes não conseguiram superar as divergências em relação à estrutura da transação e às preocupações regulatórias, especialmente na África do Sul.

Processo

A propósito, enquanto negociava a compra da Anglo American por mais de R$ 220 bilhões, a BHP ainda enfrenta batalha judicial na Justiça inglesa pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, em 2015. Mais de 700 mil atingidos pela tragédia, entre empresas, municípios e pessoas, processam a mineradora em mais de R$ 250 bilhões.

Já no Brasil, a empresa anglo-australiana ainda negocia com governos estaduais e a União a repactuação do acordo de reparação por Mariana. A BHP era, ao lado da Vale, a controladora da Samarco, responsável pela barragem de Fundão.

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