Efigênia nasceu na Etiópia e era uma princesa negra. Por amor ao cristianismo, foi queimada em uma fogueira.
NNews/ Gilmar Alves
Neste dia 25 de julho, é comemorado o dia de Santa Efigênia, o que torna a data um feriado em Niquelândia desde meados da década de 90. A tradição da festa dessa santa negra, originalmente africana, possui raízes profundas ligadas à escravidão no Brasil. A história conta que Efigênia nasceu na Etiópia e era uma princesa negra. Em meio a muitas religiões pagãs, ela se converteu ao Cristianismo e começou a pregar o catolicismo, o que lhe rendeu perseguição. Decidindo abrir mão de sua vida de princesa, ela passou a viver entre os pobres. Após ser escravizada, Efigênia foi morta queimada em uma fogueira.
História
Registros históricos datados de 1794, encontrados no Conselho do Vaticano, na Itália, já mencionavam a Irmandade e a Congada de Santa Efigênia. Esses documentos atribuem à Irmandade a responsabilidade de zelar pelo patrimônio das disciplinas dela própria e dos congos. Em Niquelândia, o costume da festa é passado de pai para filho, de geração em geração, sobrevivendo ao longo dos anos. De acordo com os congadeiros, a tradição da congada em Niquelândia nasceu no quilombo Xambá, onde viviam negros fugidos das senzalas de Vila Boa (Cidade de Goiás), Meia Ponte (Pirenópolis) e São Félix (Cavalcante). O grupo homenageia Santa Efigênia, a protetora do município.
Pesquisa Histórica
Um estudo realizado pelos pesquisadores Dr. Sebastião Rios e Talita Viana, da Universidade Federal de Goiás, intitulado A performance do olhar: a Congada de Santa Efigênia através do olhar de Johann Emanuel Pohl, descreve que a Congada de Niquelândia foi vista e descrita pela primeira vez pelo médico, botânico e mineralogista Johann Emanuel Pohl (1782 – 1834). Pohl esteve no Brasil como membro da expedição que acompanhou a comitiva nupcial da Arquiduquesa Leopoldina da Áustria, que se casaria com Dom Pedro I, herdeiro do trono português. Ele relatou que durante sua passagem pelo país, a comitiva participou da festa de Traíras, rebatizada de Tupaciguara e hoje município de Niquelândia.
A Igreja
A igreja de Santa Efigênia, localizada no bairro que leva seu nome em Niquelândia, é uma das mais antigas da cidade. Sua construção começou pelos escravos em 1790 e possui arquitetura colonial.
Festejos
A tradição da festa de Santa Efigênia é passada de pai para filho e de avós para netos, sobrevivendo há centenas de anos em Niquelândia. Tudo começa com a capina do largo. Em seguida, são realizados o levantamento do mastro da santa, o cortejo, a procissão, as missas e almoços de confraternização oferecidos pela imperatriz e o imperador de Nossa Senhora do Carmo. A organização fica por conta dos festeiros, responsáveis pelo preparo da festa. Ao todo, são cinco festeiros de Santa Efigênia e cinco de Nossa Senhora do Carmo. A congada “trabalha” para as Santas, cantando e dançando em uma formação fixa, constituída por duas filas paralelas, nas ruas e nas casas dos festeiros e promesseiros.

A programação dos onze dias de festividade religiosa e cultural inclui missas e novenas realizadas diariamente na segunda quinzena de julho. Os congos participam da celebração eucarística no penúltimo dia, vestidos com trajes africanos. Após a missa, como tradicionalmente fazem, dançam, cantam e louvam Santa Efigênia ao som da música: “Ô viva, ô viva / Torna a revivar / Viva Santa Efigênia / Que viemos festejar” (Congo de Niquelândia, música: Santa Efigênia). Para os devotos, ela é advogada contra incêndios e protetora da moradia.

A congada é um evento cultural e religioso afro-brasileiro que faz parte do folclore brasileiro. Surgiu no continente africano e sofreu influências católicas no Brasil. Através da Congada, uma dança dramática que remete à coroação de reis africanos, Santa Efigênia é homenageada pelas graças alcançadas.

Nesta quinta-feira, dia 25, às nove da manhã, católicos devotos de Santa Efigênia lotaram a estrutura montada pela prefeitura de Niquelândia ao lado da secular igreja de Santa Efigênia, na Praça Santa Efigênia, no bairro Santa Efigênia, para celebrar a santa africana reconhecida como rainha dos escravos e dos congos. Logo após a missa, centenas de populares assistiram à apresentação da congada em frente à igreja, que mais uma vez foi um grande espetáculo cultural proporcionado pela Irmandade de Santa Efigênia.

“As roupas são muito importantes na congada, pois elas representam a hierarquia e os personagens da festa. Constituem tal vestimenta: camisas, capas, chapéus, espadas e lenços. Eles devem ser confeccionados em tecidos confortáveis e que permitam os movimentos da dança”, explicou um dos participantes.

As vestimentas remetem às origens africanas: camisas brancas, saias vermelhas e calças brancas, além de um adereço de pena na cabeça. Os instrumentos musicais utilizados incluem cuíca, caixa, pandeiro, reco-reco, cavaquinho, viola, violão, tarol, tambor, tamborim, ganzá, rabeca e violino.

Os instrumentos acompanham o canto, em português, que pode ter palavras do idioma banto. O canto puxado por uma pessoa, e os congueiros acompanham o refrão. Nas letras da congada aparecem o sofrimento da escravidão e todos os lamentos do período, a invocação dos santos e das forças do alto, além dos cantos de esperança e redenção, na espera de uma vida melhor.

Muitas pessoas presentes na praça não sabem os significados que cada adereço, instrumento e canto têm para o congadeiro, mas veem a apresentação como algo cultural e exótico. Segundo a secretária de cultura Márcia Alves Vila Nova, que acompanhou as festividades desde o início, a prefeitura de Niquelândia, nesta gestão, fez sua parte e deu apoio em todos os sentidos para que a festa acontecesse e a tradição permanecesse. A congada é um evento cultural e religioso afro-brasileiro que faz parte do folclore brasileiro. Surgiu no continente africano e sofreu influências católicas no Brasil.
Fonte de pesquisa:
*Essa matéria será atualizada.
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