Patrulha Maria da Penha acompanha quase 50 medidas protetivas em Niquelândia

Soldado Kelly, Tenente Taveira e Soldado Jaquelyne - Foto: G.A

Entenda como é o trabalho da patrulha em Niquelândia

NNews / Gilmar Alves

Há duas semanas, policiais de todo o estado concluíram, em Goiânia, o treinamento operacional Maria da Penha realizado pela Academia da Polícia Militar. O comandante da Polícia Militar em Niquelândia, Tenente Flávio Taveira, participou desse curso. Que já está em sua terceira edição e prepara policiais para atuar no Batalhão Maria da Penha. Para saber mais sobre o Batalhão, procuramos o comandante da PM em Niquelândia para uma entrevista exclusiva.

Comandante Taveira dá detalhes da Patrulha Maria da Penha – Foto: Kelly Cristina

01. NNews. Como surgiu e qual é o objetivo do Batalhão Maria da Penha?

R.Tenente Taveira: O Batalhão Maria da Penha foi criado em outubro de 2020 visando acompanhar as Medidas Protetivas de Urgência deferidas em favor de vítimas de Violência Doméstica e Familiar. A atuação desta unidade é na capital do estado e desde a sua criação sempre foi comandada por uma policial feminina. A atual comandante é a Major Dyrlene Seixas. Em 2023, foram criados os Núcleos Maria da Penha em cada Comando Regional do interior para realizar o mesmo serviço feito na capital pelo BPM Maria da Penha. É recomendável que cada patrulha tenha uma policial feminina, no nosso caso, são três, as soldados Evelyn, Jaqueline e agora recentemente a policial Kelly, que integrou a equipe, são elas que farão o contato com a assistida.

02. NNews. Quais as cidades da nossa região tem à Patrulha Maria da Penha e quantos policiais integram a patrulha?

R.Tenente Taveira: Niquelândia faz parte do 18° Comando Regional de Polícia Militar, o qual, abrange 09 cidades sendo: Uruaçu, São Luiz do Norte, Campinorte, Alto Horizonte, Mara Rosa, Amaralina, Nova Iguaçu, Niquelândia e Colinas do Sul. Atualmente sou o Gestor do núcleo e temos mais de 150 assistidas nestas cidades, que são acompanhadas pela Patrulha.

03. NNews. Como é a participação das policiais?

R.Tenente Taveira: Durante as visitas, nossas equipes orientam sobre os programas sociais do Governo Estadual para vítimas deste tipo de violência. Também são realizadas palestras sobre o tema em escolas.

Soldados Evelyn e Jaqueline, Palestra na Escola José de Alencar em Faz Tudo – Foto: Divulgação PM

04. NNews. Quais são os recursos disponíveis na comunidade para ajudar vítimas de violência doméstica a se recuperarem física, emocional e legalmente?

R.Tenente Taveira: O serviço social do município deve prestar orientações às assistidas no intuito de conseguir programas sociais e também atendimento psicológico.

05. NNews. Como as vítimas podem buscar ajuda e apoio de forma segura e confidencial?

R.Tenente Taveira: Registrando ocorrência na polícia e solicitando medida protetiva de urgência. As medidas mais aplicadas são a proibição de manter contato com a vítima e a proibição de se aproximar uma quantidade de metros da vítima.

06. NNews. Quais são os sinais de alerta que podem indicar que alguém está sofrendo violência doméstica?

R.Tenente Taveira: Relacionamentos abusivos sempre envolvem um desequilíbrio de poder e controle. O agressor usa palavras e comportamentos intimidadores e ofensivos para controlar o parceiro.

07. NNews. Quais são os diferentes tipos de violência doméstica e como eles se manifestam?

R.Tenente Taveira: A violência não é apenas a física. Segundo o art. 5º da Lei Maria da Penha, violência doméstica e familiar contra a mulher é “qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”..

08. NNews. Como podemos prevenir a violência doméstica e promover relacionamentos saudáveis ​​e seguros em nossa comunidade?

R.Tenente Taveira: O machismo é uma cultura em nossa sociedade. Mediante políticas públicas poderemos conseguir esses relacionamentos saudáveis e seguros. Muitas vítimas ainda têm receio de denunciar seu agressor por vários motivos. E aí entram motivos financeiros e até religiosos. Aquela velha máxima pregada nas igrejas de que o casamento é para sempre, deve ser analisada com muita cautela. Pode ser para sempre se for uma relação saudável e não uma relação tóxica. O ideal é que essas vítimas procurem sempre profissionais habilitados, como psicólogos, para saírem desta situação.

09. NNews. Como a sociedade pode participar? Ajudar?

R.Tenente Taveira: Pessoas próximas à vítima que observam sinais como esses ou mesmo que presenciam algum tipo de agressão não podem ficar omissas. Há várias formas de ajudar uma vítima de agressão, Mas, a mais simples e eficaz é a solicitação via 190. É importante que a pessoa agredida denuncie, que a família, os amigos e os vizinhos também denunciem. Se a mulher estiver em local público, é recomendado que faça um X em vermelho na palma da mão. O X vermelho desenhado na palma da mão faz parte de uma campanha mundial para amparar mulheres em situação de violência doméstica. Essa foi uma maneira discreta, rápida e simples para que mulheres possam pedir socorro em farmácias ou repartições públicas. Com a mostra do sinal vermelho, a Polícia Militar (190) deverá ser acionada. 

10. NNews. Tem algum outro meio para a mulher pedir ajuda?

R.Tenente Taveira: O Estado de Goiás em defesa da segurança da Mulher por meio da secretaria de segurança pública criou aplicativo Mulher Segura, ele permite um acesso direto aos serviços do Estado para comunicar casos de violência, acionar a Polícia Militar em casos de emergência e ter à mão a localização dos batalhões e das delegacias próximas, esse aplicativo após baixado tem acesso rápido e não é complicado o seu funcionamento.

Soldado Jaqueline, Tenente Taveira e Soldado Evelyn, proteção para mulheres – Foto: Divulgação PM

11. NNews. Existe algum acompanhamento especial de medida protetiva em Niquelândia?

R.Tenente Taveira: Temos, sim, e é um caso curioso. Uma assistida em Niquelândia que já se separou, mas há 12 anos, tem medida protetiva e seu ex, mesmo assim, a persegue. Chegando ao ponto de invadir escola e entrar em igreja atrás desta mulher. Hoje, o descumprimento de medida protetiva é crime e dá cadeia! É importante que a população informe a polícia a respeito destes descumprimentos.

12. NNews. Quantas assistências e quantas policiais existem hoje em Niquelândia e Colinas do Sul?

R.Tenente Taveira: No caso específico de Niquelândia estamos com 03 policiais femininas que realizam o serviço de acompanhamento de medidas quando estão cumprindo suas escalas de serviço. É recomendável que cada Patrulha tenha uma policial feminina, sendo que esta fará o contato com a assistida. Hoje temos 49 medidas protetivas em Niquelândia, 04 em Colinas do Sul e nenhuma está em atraso, cumprindo rigorosamente as diretrizes do Comando da PM.

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