Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres | 25 de novembro

O seu objetivo é alertar para a violência física, psicológica, sexual e social que atinge as mulheres.

NiqNews/Exame/Brasil Escola

A violência contra mulheres e meninas continua sendo uma das violações mais frequentes dos direitos humanos. Dados da ONU mostram que quase uma em cada três mulheres no mundo já foi vítima de violência física e/ou sexual por um parceiro íntimo ou terceiros ao longo da vida. Em 2023, o ciclo de violência terminou de forma trágica para pelo menos 51.100 mulheres, assassinadas por parceiros ou familiares — uma vítima a cada 10 minutos.

Definição e Impactos

A violência contra a mulher é caracterizada por atos que causam dano físico, psicológico, sexual, patrimonial ou moral, motivados pelo gênero. Essa forma de violência afeta diretamente os direitos, a saúde, e a liberdade das mulheres, limitando seu papel na sociedade e perpetuando desigualdades.

Dados no Brasil: Aumento Alarmante

O Brasil enfrenta uma escalada de violência contra mulheres, com números crescentes em 2023:

  • Tentativas de homicídio: aumento de 9,2%.
  • Tentativas de feminicídio: aumento de 7,1%.
  • Ameaças: crescimento de 16,5%, totalizando 778.921 casos.
  • Stalking (perseguição): aumento de 34,5%, com 77.083 registros.
  • Violência doméstica: 258.941 vítimas, alta de 9,8% em relação a 2022.
  • Feminicídios: 1.467 casos, o maior número registrado desde a criação da Lei do Feminicídio, representando um aumento de 0,8%.

A Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) recebeu 74.584 denúncias de violência nos primeiros 10 meses de 2023, e o número de chamadas ao 190, relacionadas à violência doméstica, ultrapassou 848 mil.

Perfil das Vítimas e Agressões

Os dados mostram que a maioria das vítimas de feminicídio no Brasil são mulheres negras (63,6%), jovens de 18 a 44 anos (71,1%), assassinadas em suas residências (64,3%). Entre os agressores, 63% eram parceiros íntimos e 21,2% ex-parceiros.

Fatores Estruturais e Culturais

A violência contra a mulher é sustentada pela desigualdade de gênero e pelo patriarcado, estruturas históricas que relegam as mulheres a posições de submissão. No Brasil, a colonização e o modelo patriarcal consolidaram a exclusão feminina, limitando direitos básicos como acesso à educação, trabalho e cidadania até o século XX.

Essas desigualdades são agravadas por fatores como pobreza, racismo e xenofobia, que tornam mulheres negras, pobres e refugiadas ainda mais vulneráveis.

Tipos de Violência

De acordo com a Lei Maria da Penha, são cinco os tipos de violência contra a mulher:

  1. Física: ações que afetam a saúde corporal.
  2. Psicológica: constrangimento, chantagem, humilhação, isolamento, entre outros.
  3. Sexual: coerção sexual, impedimento do uso de contraceptivos ou práticas forçadas.
  4. Patrimonial: destruição ou subtração de bens e documentos.
  5. Moral: calúnia, injúria ou difamação.

Avanços e Desafios

O Brasil avançou com a Lei Maria da Penha (2006) e a Lei do Feminicídio (2015), mas ainda enfrenta desafios como a baixa conversão de denúncias em ações judiciais e a resistência estrutural ao rompimento do ciclo de violência.

Maria da Penha sobreviveu a duas tentativas de feminicídio, ficou paraplégica e lutou 19 anos por justiça sem que seu agressor fosse punido. Foto: Redes Sociais

A desigualdade de gênero permanece a causa central da violência, mas é amplificada por questões socioeconômicas. Mulheres que denunciam enfrentam estigmas e obstáculos legais, demonstrando a necessidade de maior sensibilização, proteção e apoio governamental.

Reflexão

A violência contra a mulher é uma questão estrutural e sistêmica, que exige esforços coordenados em todas as esferas da sociedade. Apesar de avanços legais e sociais, os números alarmantes refletem a urgência de ações mais efetivas para proteger as mulheres, punir agressores e romper o ciclo de desigualdade.

Não se cale

Se sofrer ou souber, ou caso testemunhe algum tipo de violência contra a mulher, ligue para a Polícia Militar, 190 ou para a Central de Atendimento à Mulher, no 180, e denuncie.

Edição e pesquisa: Gilmar Alves

Fonte: Revista exame/Brasil Escola

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